Essa semana vou publicar aqui no meu blog uns trechos de matérias feitas por mim.
“MÉDICO PRA QUÊ? VOU ALI NA FARMÁCIA”
Falta de estrutura no sistema público de saúde estimula a automedicação entre pessoas carentes
O uso indiscriminado de medicamentos é um dos assuntos que mais preocupam as autoridades de saúde no Brasil e no mundo. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o percentual de internações hospitalares provocadas por reações adversas aos medicamentos ultrapassa 10% dos casos e é a terceira maior causadora das internações por alergia ou intoxicação. Para se ter idéia, cerca de 1600 pessoas por mês, são atendidas no Hospital das Clínicas de São Paulo e mais 2 mil no Hospital do Servidor Público, todas com sintomas de intoxicação.
Sintomas
Geralmente os sintomas de reações alérgicas são inchaço nos olhos e na boca, manchas vermelhas pelo corpo, coceiras intensas e, em casos mais graves formação de bolhas. O tempo de reação após a automedicação pode acontecer minutos após a ingestão do medicamento ou até mesmo semanas. Ao contrário do que muita gente pensa, o organismo pode reagir a um medicamento que a pessoa já tenha usado.
Recentemente, a morte do ator Heath Ledger, nos Estados Unidos, chamou a atenção do mundo inteiro. O laudo toxicológico apontava overdose de medicamentos. O que comprova que, mesmo as pessoas que já estavam habituadas a usar um medicamento prescrito pelo médico, podem sim, sofrer consequências gravíssimas, ou até a morte, se resolverem ingerir uma dose que não lhes foi recomendada.
Farmácias transformadas em consultórios
Fábio Machado é gerente de uma filial de uma rede de drogarias no Brasil. Ele afirma que é comum a ida de pessoas às farmácias para pedirem indicações de medicamentos para diversos sintomas. Além disso, há pessoas que já chegam à farmácia certas do medicamento que desejam comprar. Ele próprio confessou que pratica a automedicação, mesmo sabendo dos riscos que corre por usar remédios sem a devida prescrição.
A farmacêutica e diretora do curso de farmácia da PUC do Paraná, Cinthya Bordin, afirma que a automedicação está inserida na cultura brasileira. Já virou um hábito arraigado no comportamento das pessoas. Mas, ressalta que esse também é um problema social, uma vez que sem acesso a atendimento médico, muitas vezes a única opção da pessoa sem recursos financeiros é buscar respostas para os problemas de saúde, direto nas farmácias.
Remédios muito comuns e que são usados habitualmente para dor de cabeça, dor nas costas ou algum tipo de desconforto físico, são amplamente procurados e comprados pelas pessoas sem nenhum tipo de prescrição. Como é o caso do ácido acetil salicílico, da dipirona e do paracetamol. Estes nomes científicos muita gente pode não conhecer ou lembrar, mas com certeza já comprou uma aspirina, um dorflex ou um tilenol. Mesmo para esses medicamentos de venda livre, os profissionais da saúde alertam que é preciso uma orientação correta. Tudo para evitar que o remédio não se transforme num veneno.