Hoje vou fazer diferente da proposta inicial desse blog. Vou postar um comentário pessoal.
Sempre fui grande admiradora do Millôr Fernandes e fiquei ressentida ao ler sobre a morte dele.
Cheguei a pensar que seria muito triste abrir o jornal e não ver mais as suas charges, mas o Millôr não se resumia apenas as charges. Ele era (porque não dá pra esquecer o talento dele!) um profissional exímio em tudo que fazia. Escrevia textos críticos, bem posicionados, digamos, expressivos, e através de suas charges nos fazia pensar de maneira leve sobre os assuntos da realidade brasileira.
O desenhista que era escritor se tornou jornalista com apenas 14 anos de idade ao trabalhar na revista O Cruzeiro, referência do jornalismo brasileiro; e a partir daí o seu nome, seus textos e seus desenhos passaram a fazer parte da história do Brasil.
Millôr foi um dos fundadores do jornal Pif-Paf, que durou apenas oito edições, mas foi considerado o pioneiro do jornalismo alternativo no país. Foi colaborador também do Pasquim, conhecido por ser o veículo de oposição ao regime militar.
Mas além do talento de exímio jornalista, ele teve diversos livros lançados – mais de 50 -, teve também talento para a prosa, poesia, teatro e se revelou roteirista de cinema.
Dono de um humor crítico conseguiu problemas com políticos como JK, Brizola e mais recentemente com o deputado Aldo Rebelo (PC do B – SP), oque lhe rendeu até um processo.
Fernandes passou pelos veículos de comunicação mais importantes do país, sempre alfinetando através de suas palavras que pareciam ter vida durante a nossa leitura.
É triste saber que não teremos mais um talento como este entre nós, mas nos consola o fato de saber que ele já fez muito por nós. Ao mesmo tempo, acredito que haja outras pessoas como eu, que se sentem órfãs de gente que nem ele, que nos faça pensar, indagar e criticar através de simples coisas: palavras e traços de desenho.
Vou compartilhar aqui alguns links para leitura rápida sobre o Millôr Fernandes:
Um adendo: Hoje (29/03) li a postagem do meu professor da faculdade, Mauricio Stycer sobre a morte do Millôr, e não posso deixar de compartilhar o post dele sobre uma entrevista feita com esse gênio:
E não posso deixar de mencionar o site do próprio Millôr: http://www2.uol.com.br/millor/index.htm